O mercado de e-commerce no Brasil

O comércio eletrônico no Brasil nasceu em 1995 com a liberação da internet para todo o país. Algumas empresas pioneiras abriram suas lojas virtuais logo em seguida mas os compradores ainda eram raros. Foi só a partir do ano 2000, com a chegada da banda larga por aqui, que o mercado de e-commerce disparou e continua em crescimento acelerado até hoje.

Também a partir do ano 2000, a Ebit começou a monitorar o comportamento de compra online dos brasileiros e desde então a entidade libera dois relatórios por ano. Na sua 37ª edição, o relatório Webshoppers traz os números do e-commerce no Brasil referente ao ano de 2017. Seguem abaixo as principais informações:

 

FATURAMENTO

O faturamento total foi de R$ 47,7 bilhões, um crescimento de 8% em relação a 2016, muito acima da taxa de crescimento do PIB no mesmo período que foi de 1% após 2 anos de queda. O setor vinha crescendo dois dígitos por ano e a partir de 2016 houve uma desaceleração devido à crise econômica. Com a economia se recuperando a estimativa é que haja um crescimento de 12% em 2018 atingindo um total de R$ 53,5 bilhões em vendas online.

 

COMPRADORES ONLINE

O número de consumidores que fizeram pelo menos uma compra online durante o ano de 2017 foi de 55 milhões de pessoas, um aumento de 15% comparado a 2016. Isto representa aproximadamente metade da população economicamente ativa do país. Este número deve continuar crescendo nos próximos anos devido à constante entrada de jovens no mercado de trabalho. Outros fatores que podem influenciar este crescimento são a recuperação da economia e o maior acesso à internet por parte da população de mais baixa renda.

 

PERFIL DOS COMPRADORES

Em relação ao perfil destes consumidores, a pesquisa revela dados sobre gênero, faixa etária e classe social. Em 2017 a participação feminina (50,6%) foi ligeiramente maior que a masculina (49,4%). A faixa etária que mais compra online continua sendo a das pessoas de 35 a 49 anos (37%). As famílias da classe C, com renda entre 4 e 10 salários mínimos, foram as que mais contribuíram para o resultado do comércio eletrônico (36%).

 

VENDAS POR REGIÃO

A pesquisa também traz dados sobre a participação de cada região nas vendas online em 2017. Segundo os números divulgados, o Sudeste continua liderando com folga (63%) com o Sul bem abaixo na segunda posição (16%). Houve uma ligeira mudança em relação a 2016, com uma pequena queda do Sudeste e crescimento da região Sul, mas as posições relativas se mantiveram.

 

VENDAS POR CATEGORIA

Desde o primeiro ano em que a pesquisa realizada pela Ebit foi divulgada, houve uma grande mudança no volume de vendas de diferentes tipos de produtos. No ano de 2003, a categoria mais vendida foi CDs e DVDs (26%), seguida de livros e revistas (18%) e com eletrônicos (8,5%) aparecendo em terceiro lugar. Neste mesmo ano, a categoria moda e acessórios apareceu em 9º lugar com apenas 3% das vendas.

Durante os anos seguintes, a venda de CDs e DVDs despencaria em todo o mundo e principalmente no Brasil, influenciada pela internet e a pirataria. Quase uma década depois, em 2012, os CDs e DVDs sequer apareceram na pesquisa ao passo que outras categorias tiveram um grande crescimento. O primeiro lugar havia ficado com os eletrodomésticos (13%), seguidos por saúde e beleza (12%) e com moda e acessórios na 3º posição pela primeira vez com 11% das vendas.

Bastariam mais dois anos para o segmento de vestuário, calçados e acessórios conquistar o primeiro lugar dentre as categorias mais vendidas em 2014. Este crescimento foi acelerado pela chegada ao Brasil de gigantes do setor como a Dafiti e Netshoes, combinada com investimentos cada vez maiores no comércio eletrônico por parte dos grandes varejistas nacionais.

Na pesquisa mais recente, com dados de 2017, o setor de moda continua em 1º lugar com 14,2% do volume de pedidos, seguido por saúde e beleza (12%) e eletrodomésticos (10,8%). Se for considerado o valor dos pedidos em vez do volume, a liderança fica com telefonia e celulares (21%), com eletrodomésticos em segundo lugar (19%) e eletrônicos em terceiro (10%).

 

 

 

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